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terça-feira, 21 de junho de 2011

Entidade do Movimento Negro de Bagé vai intensificar formações em 2011 sobre a lei 10.639/03

Mais de 150 professores
em Candiota em 2007
Emilinha atuando em Candiota


      O Centro de Estudos e Cultura Afro-brasileiro Kilombo realiza desde 2005 formações para a implementação da Lei 10.639/03 na região campanha do Rio Grande do Sul. Diversos municípios já receberam conhecimentos sobre a história e cultura afro-brasileira com objetivo de se tornarem multiplicadores. Foram realizadas formações nos municípios de Bagé, Dom Pedrito, Hulha Negra, Candiota e Pedras Altas, assim como escolas individualmente. A responsabilidade da formação é do núcleo de educação da entidade, que tem a coordenação geral da Prof.ª Emilinha Macedo Luz. Este ano alguns municípios da região e escolas já estão agendados. mais informações pelo fone: (53) 99798023 com Jacinto. 

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Palestra na escola João Thiago em Bagé reúne dois painelistas apaixonados pela história e cultura afro-brasileira


           Atendendo Convite da Prof.ª Débora Rosa da Escola Municipal João Thiago do Patrocínio(Médico Negro), que realiza trabalho multidisciplinar referente aos duzentos anos da cidade de Bagé, aconteceu uma palestra que reuniu dois apaixonados e estudiosos da cultura afro-brasileira, Fabiana Costa Rosa Hellwig e César Jacinto. Ambos desenvolvem ações em conjunto e pela primeira vez palestraram concomitantemente sobre a história do negro em Bagé e região alusivo aos 200 anos da cidade.
         Fabiana teceu elogios a escola que incentiva a obtenção de conhecimento dos alunos com atividades complementares como a palestra de hoje e busca o trabalho multidisciplinar. Para Jacinto foi um privilégio ter compartilhado o momento com alguém que possui profundo conhecimento sobre a história do Rio Grande do Sul e dos
afro-brasileiros.
      

terça-feira, 7 de junho de 2011

Violência Policial causa extermínio da População Negra no Brasil

Decorridos 123 anos do fim da escravidão oficial no país, o racismo institucionalizado continua fazendo suas vítimas. Não bastassem os índices vergonhosos de desigualdade entre a população negra e não-negra em todos indicadores básicos, a violência do Estado tem se manifestado justamente pelo o ente que deveria proteger a sociedade: A Polícia. Nos últimos anos, cenas de despreparo, combinado com o racismo institucionalizado tem causado a morte de jovens estudantes e trabalhadores em todo Brasil pelo simples fato de serem negros, resultando na diminuição da expectativa de vida desta etnia.


Entre 2002 e 2008 no Brasil, o número de brancos assassinados caiu 22,3%. A morte de negros cresceu em proporção semelhante: os índices foram 20% maiores, em média. Em algumas unidades da federação, os números se aproximam de características de extermínio: na Paraíba, campeã desta triste estatística, são mortos 1.083% (isso mesmo) mais negros do que brancos. Em Alagoas, 974% mais. E na Bahia, os assassinatos de negros superam em 439,8% os de brancos.

De acordo com o “Mapa da Violência 2011: Os jovens do Brasil”, pesquisa encomendada pelo Ministério da Justiça ao Instituto Sangari, o grau de vitimização da população negra é alarmante, sendo 103,4% maior as chances de morrer uma pessoa negra, se comparada a uma branca; e 127,6% a probabilidade de morte de um jovem negro [15 a 25 anos] a de um branco da mesma faixa etária.

A declaração da cor da pele em documentos oficiais como certidão de nascimento e de óbito, por exemplo, tem propiciado o conhecimento mais detalhado de estatísticas referentes a suicídios e homicídios. No Brasil segundo o Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro tem uma proporção de 170 negros assinados para 100 brancos, em cada cem mil brasileiros. Estes números crescem assustadoramente num país tropical e abençoado por Deus, mas que parece escolher os seus bandidos e mocinhos.

No Rio Grande do Sul se desconhece ações preventivas adotadas pelas instituições da segurança Pública com intuito de repassar aos egressos das escolas de formação, principalmente da Brigada Militar, que realiza o policiamento ostensivo a preocupação com a temática étnico-racial.

A confidência de um ex. integrante de torcida organizada ilustra o quadro: “Mesmo sendo um baderneiro, que incitava a bagunça e a violência não era nem mesmo revistado pela polícia, por meu fenótipo europeu, a culpa sempre recaía nos integrantes negros, ainda que estes não estivessem fazendo balburdia, acabavam sendo rendidos e sofriam a repressão”.

A sociedade brasileira que paga os salários, inclusive dos policiais não suporta mais o extermínio da juventude negra, por isso o 13 de maio continua sendo uma data a não ser comemorada pelo conjunto das entidades do Movimento Social Negro, além de não ter garantido acesso a educação, saúde, moradia e trabalho perpetuou o racismo institucional que se manifesta nas abordagens policiais. Um Brasil moderno que avança nas políticas de inclusão e se torna uma economia cada vez mais sólida deve extirpar este câncer maligno para felicidade geral da nação.



César Jacinto

- Membro da Coordenação Política Estadual do Congresso de Negras e Negros do Brasil

- Pesquisador da História e Cultura Afro-brasileira

- Ex. presidente e fundador do Centro de Estudos e Cultura afro-brasileiro Kilombo de Bagé, RS


Bagé-RS






Bagé sediou Seminário da Marcha Estadual Zumbi dos Palmares


        O Seminário da Marcha Estadual Zumbi dos Palmares foi realizado com êxito no último dia 04 de junho, em Bagé,  com diversos assuntos  debatidos durante cerca de quatro horas entre lideranças do Movimento Negro e Quilombolas da região. Educação, Saúde, Direitos das comunidades quilombolas e Segurança tiveram espaço em evento organizado pela coordenação estadual da marcha, CONNEB e Centro de Estudos e Cultura Afro-brasileiro Kilombo de Bagé.O evento teve ainda atrações artísticas e a presença do Prefeito Dudu Colombo que reafirmou seu compromisso com as Políticas Públicas para a População Negra e quilombola.