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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O exemplo que vem do sul na implementação da Lei 10.639/03

          A Escola Estadual Conquista do Jaguarão com cerca de cem alunos localiza-se no interior do município de Aceguá, a 60 km de Bagé, na fronteira do RS com o Uruguay,  numa pequena região colonizada por Germânicos, pois é de lá que vem um exemplo de dedicação, de amor a arte de educar e um senso de justiça incomum, que caracterizam a Prof.ª Fátima Fabiana, formada em pedagogia com especialização em Gestão Escolar, mas uma autodidata em todos os campos do conhecimento.
          Sua ligação com a história e cultura afro-brasileira acontece a partir de 2006 quando assistiu uma palestra de César Jacinto sobre a cultura afro-brasileira, desde então passou a ser uma pesquisadora do assunto com uma proposta pedagógica diferenciada e inovadora e defensora incondicional de reparação para população negra em todos os aspectos. Com o apoio da diretora, filha de alemães,  Bia e dos professores e funcionários da escola, Fabiana, como gosta de ser chamada desenvolve com alunos de todas as séries do ensino fundamental o resgate histórico de personalidades negras, a releitura de fatos históricos, estimulando a criatividade de seus alunos, que fazem trabalhos que vão desde da linha do tempo até composição musical, superando todas as dificuldades que se colocam em seu caminho.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

IV Ojuoba Seminário Afro-brasileiro com temática da saúde alcançou objetivo

Reportagem extraída do Jornal Minuano de Bagé
por: Munique Monteiro
 
[19h:20min] 28/10/2010 - SAÚDE
Seminário debate os direitos de saúde para a população negra
Ocorreu ontem, o IV Ojuobá Seminário Afro-brasileiro, evento alusivo à Semana da Consciência Negra de Bagé, que teve como objetivo buscar meios para a efetivação da política nacional integral de saúde.
 
bosco
DEFINIÇÃO: comitê será criado para tratar sobre o tema
 

O tema principal foi “Saúde da População Negra é direito, é lei. Racismo faz mal à saúde”. Entre os participantes representantes do Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde de Bagé, quilombos de Candiota e da localidade das Palmas. O Seminário foi promovido pelo Centro de Estudos e Cultura Afro-Brasileiro Kilombo (Ceafro Kilombo), e Prefeitura de Bagé, através da Secretaria de Saúde.
As palestras foram desenvolvidas no Centro do Idoso e visaram mobilizar profissionais e estudantes da área da saúde, conselheiros de saúde, educadores, representantes de comunidades quilombolas, Movimento Social Negro, agentes políticos, gestores e comunidade em geral, sobre temas determinantes para garantir a qualidade dos serviços de saúde. Segundo o prefeito em exercício de Bagé, Carlos Alberto Fico, o evento trata de pontos essenciais e importantes de serem discutidos. “Esse seminário é muito importante, pois são patologias pontuais que determinam a prevenção como melhor alternativa”, declarou. A secretária municipal de Saúde, Valéria Rodrigues, na ocasião, firmou o compromisso do governo municipal em implantar a política de saúde da população negra na cidade. Para Sônia Guedes, representante da Ceafro kilombo, a expectativa foi confirmada, “formamos uma base para trabalhar e mostramos ao poder público a necessidade da efetivação da política nacional integral de saúde ao negro” comentou.
Na ocasião, foi definida a criação de um comitê com representantes da Secretaria de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, Comunidade Quilombola das Palmas, Primeira Infância Melhor, Quilombos de Candiota, e Movimento Ceafro kilombo, que discutirá a implantação desta política em Bagé. Durante o encerramento houve apresentação de dança dos grupos: Afro Candaces e The Black Story Street Dance.
 

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ceafro Kilombo aprova Moção de Apoio por unanimidade a comunidade Quilombola de Palmas

Moção de Apoio a Associação Quilombola de Palmas

Considerando a série de depoímentos equivocados por parte de ruralistas de Bagé(RS) a imprensa em relação a comunidade quilombola de Palmas com intuito de ludibriar a opinião pública e descaracterizar o processo legal de reconhecimento e titularização das terras de remanescentes de quilombo localizadas no distrito de palmas;
Considerando que as afirmações dos ruralistas de que existe a possibilidade de invasão de 150(cento e cinquenta) famílias não procede e carece de no mínimo falta de informação, pois o Movimento Negro e os Quilombolas nunca utilizaram  a ferramenta da invasão para garantir seus direitos; 
            Considerando que o art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias garante aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras o reconhecimento e a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos;
            Considerando que o Decreto Presidencial 4887/2003 regulamentou o Art. 68 descrito acima, garantindo inclusive a emissão do título das terras pela Fundação Cultural Palmares para as comunidades que preencham todos os requisitos;
Considerando que o levantamento antropológico realizado na comunidade de Palmas preenche os requisitos para reconhecimento, pois mantém as tradições originais e a posse da terra há mais de 200 (duzentos) anos;
Considerando que a comunidade de palmas tem a presença de remanescentes de Quilombo e estes são descendentes de escravos;
         Considerando que a titulação e a concessão de terras para os remanescentes de quilombo além de de ser constitucional, portanto legal, também é moral.


            O Centro de Estudos e Cultura Afro-brasileiro Kilombo, entidade representativa do Movimento Negro  com sede em Bagé e com atuação em toda metade sul do Estado Resolve:
            Apoiar integralmente a comunidade quilombola de Palmas no intuito de garantir a titularização e posse de suas terras, assim como referendar o trabalho técnico desenvolvido Pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário(MDA), através do Instituto de Colonização e Reforma Agrária(Incra), da Fundação Cultural Palmares e dos pesquisadores que com o trabalho cientifico conferem credibilidade ao processo de reconhecimento das terras quilombolas.